quinta-feira, 2 de abril de 2009

estamos presos
dentro de nossa própria loucura
somos filhos
do medo e da dor
estruturas monstruosas
gerando terror
os portões se fecham
a escuridão é intensa
há gritos guardados
por estes muros
há sonhos
esperança
e luta
acima de tudo luta
que nunca cala
dentro do peito
pois estamos
buscando
a vida
e a queremos com todo
o direito que temos de te-la em plenitude
e abundancia e liberdade
e liberdade
e liberdade

segunda-feira, 30 de março de 2009

a bala
corta a fala
silencia a vida
a cela
encerra o sonho
cala o grito
que silencia
na escuridão

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

para max martins in memoria

não é o poema
o tédio desta tarde
o som das esferas
casa antiga
coberta de heras
um magro poeta
além das águas
max magro poeta
atravessando a praça
a luz das esfera
um canto antigo
de um mago poeta
magro que vive
dentro das feras

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

o som caotico do cosmos é o mesmo na piramide concreta da cidade
se mover no caos
é provocar mais caos
os jardins artificiais existem
mas como drumond
eu insisto uma flor nasceu
no asfalto é feia mas é uma flor
e então se percebemos isto podemos
também perceber o som das águas
o som emerge do silêncio, da ausência do
sentido das coisas concretas
propagação em meio ao caos da cidade que cria
seres estranhos
vampiros de ilusões e desejos
da escuridão das estruturas surgem os piores ruídos
os barulhos mas nefastos da realidade
os jardins já não estão mas floridos
são artificiais, pois, foram criados pelos homens
os mesmos homens que destruíram a natureza
a lapidação é apenas um ordenação
é a construção de um sentido a partir de conceitos e gostos forjados
gosto da música vinda das águas
ela é livre, espontânea, sutil e contínua

fernando d'pádua

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

se os sons para tornarem-se música precisam ser lapidados
assim como os jardins para permanecerem floridos
som ensurdecedor barulho é música ainda não lapidada
mas logo tudo é música som e barulho
é assim que vejo o universo
aqui dos verdes vales do fim do mundo

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

eu ouvi o som das esferas
o universo gritando em expansão
sol queimando nosso corpo
deserto nossa alma
noites cinzas e gelidas
rua assustadoramente escura
no fundo do céu descansa a carcaça
lua que não vinga
estrelas absurdas de brilho opaco
nau perdida no mar sem fim
os fantamas que povoam esta terra
não dormem
estão sempre a espera
sem sonhos
sem luz
os vermes
rastejam alegremente
amem